sábado, fevereiro 06, 2010

Linha ténue

Esta linha ténue em que o Céu e o majestoso Mar se tocam.
Esta linha de contornos fáceis de imaginar e tão difíceis de colocar no papel.
Esta é a linha a que apelidam de Horizonte.

Não é a linha perfeita de um ombro forte e robusto,
Não é a linha que desenha os lábios quentes entre o licor que tomas e cujo gelo tilinta no copo,
Não é a linha que une as palavras que escreveste em documento word e eliminaste com medo do que pensaria.
Não é.

Esta é a linha mais bonita e ténue, a linha do encontro entre dois braços,
do reencontro entre dois lábios, do risco de carvão decalcado em folha branca de saudade e adeus.

Esta é a linha com que desenhámos um farol e com que apagamos a sua luz hoje, só porque as estrelas nos chegam para fazermos desejos e estarmos olhos nos olhos por uma última vez.

Esta linha é a linha ténue que nos separa, a linha que se escreve suor e arrepio, no mesmo instante, a linha que se escreve carícia e colo nesta última chávena de café doce como gostamos.

3 comentários:

Unknown disse...

A nostalgia é uma das marcas dos momentos especiais... dos momentos difíceis... Dos momentos das pessoas que passam na nossa vida e nos deixam um travo a saudade com tristeza... um misto de estivemos tão perto mas...

Relembrar é bom... Mas desde que não nos faça sofrer...

A caneca de café com a quantia exacta de água... o colo recheado de lágrimas de despedida e beijo de esperança assolam o pensamento daqueles que um dia já foram muito felizes...

Unknown disse...

É na tenacidade da vida que por vezes os mometos mágicos surgem...

Como num mar que parece calmo em que as ondas teimam em dormir... Eis que surge uma lufada de ar... de uma magia sem ímpar... e surge aquela onda que nos refresca e nos traz um bálsamo a esperança misturada com saudade...

E nessa onda surge aquele abraço desejado, com aquela intensidade, com aquele sorriso que nos acalma... que nos estremece... e que por fim nos dá aquele sorriso que só nós sabemos o seu significado e tudo fica bem....

E aí o sol e a lua voltam a cruzar-se, sorriem e abraçam-se num abraço eterno de ternura, repelto de um amor que jamais algum dia voltaram a sentir...

E a esperança volta a nascer entre o raiar do sol e o adormecer da lua...

Catraia_Sofia disse...

É engraçado quando alguém nos lê e interpreta; é diferente quando alguém nos lê... e nos vê!