quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Dia a Dia (IV)

Reconheço que hoje o cansaço se abate por aqui. Nem com o Ano Novo vieram as boas notícias e a busca começa a ser dolorosa, o dia a dia penoso e a frustração agiganta-se.

Todos falam em emprego mas com o prefixo "DES".
O futuro risonho esconde-se atrás de políticas, políticos, "q.i." ("quem indique").
Estar desempregado significa o quê para este país? Que se é licenciado, mestre ou doutorado? Que vale a pena gastar rios de dinheiro e investir na educação? Ou significa que nada disso importa, que a sorte é indispensável e não é significativo ter formação ou qualidade?
Querem empregados ou trabalhadores? Convém mais ter a casa cheia de primos que não fazem nada ou menos funcionários, capazes e activos? Pois... não sei. Reconheço que hoje não sei mais o que pensar pois a minha consciência ditam o oposto ao que efectivamente vejo acontecer.

Ser ou não ser preciso aqui é uma dúvida que me martela agora.
Seremos (mais) úteis fora? Seremos (mais) valorizados e conseguiremos trabalhar e pôr em prática as competências que adquirimos com esforço, dedicação e empenho?

Reconheço que assim, neste quadro actual, não estamos bem. Fala-se em criação de postos de trabalho e na realidade despedem-se às centenas. Fala-se em descida do número de pessoas desempregadas, quando estas continuam sem trabalho e apenas estão, obrigatoriamente, em programas ocupacionais de poucos meses, para fazer tudo aquilo que quem está "no quadro" não quer ou não sabe fazer. Fala-se em aumentar o número de licenciados no país (parece que somos poucos)... paratermos uma nação que tem uma grande percentagem de desempregados altamente qualificados?

Sem poesia. Apenas o reconhecer dos dias que correm.

3 comentários:

Catraia_Sofia disse...

Será?!

Mas na música não dói tanto.

Marinheiro disse...

é verdade que o dia-a-dia é muitas vezes amargo.
força pequena.
tudo passa.
as coisas más como as menos más.
tudo passa.

um beijo

Catraia_Sofia disse...

"Tudo passa", deixa de ser uma certeza e passa a ser a angústia.

Resta-nos a força, que nem sempre é a mesma!
E o aconchego de um abraço amigo, que muito ajuda, Obrigada!