terça-feira, abril 18, 2006

Madrugada (I)

Uma madrugada nunca se repete,
nem quando estás por perto,
nem quando me encontro no vazio,
coberta de saudade que me corrói a alma,
mas me ilumina a vida
porque estás comigo, mesmo que às vezes longe.

Não consigo dormir, hoje.
A vida passa-me à frente
como se assistisse a um filme de outro realizador,
que não eu.


Tudo dorme.
Eu contemplo as estrelas:
fixo o olhar nessa mesma
que também olhas daí.
Escolho a cor,
O timbre,
O cheiro...
Começo a escrever.


O sabor oscila entre o chocolate que derreto na boca
e o aveludado gole que tomo da taça alta,
reluzente na luz [áurea] da vela.


A madrugada nunca se repete.
Pode desejar-se em formas,
cores, trajectos, presenças,
embrulhos, laço, presentes...



Guardo esta madrugada...

3 comentários:

Marinheiro disse...

Engolir em seco.
Necessitar de um Porto ou de um Madeira.
Engolir em seco.
Falta-me o ar.
Falta-me esse aveludado chocolate.
Não pares de escrever!
Nunca pares de escrever!
Um beijo
Pedro

Rita disse...

andas muito madrugadoura!

;)

Catraia_Sofia disse...

A sugestão de troca de uma taça por um cálice de um Porto é... de deixar hesitação!

A madrugada está por aí... sente-se!